Iglesia de San Nicolás

*O General estava parado de frente ao grande portal da Igreja, ele sabia o que residia la dentro, ele sabia que as sombras o estavam observando e que seu senhor já sabia de sua chegada.

Apesar de ter passado por muitas coisas, algo ali o deixava desconfortável, afinal estaria de frente a um membro muito mais velho e poderoso que ele, apesar de ser da família real dos Tzimisce, como ele tinha lembrado a pouco tempo, aquilo de nada adiantaria se algum deslize ele cometesse. Um vento bate e sua barba se agita com o mesmo, ele então pela primeira vez quebra a visão da igreja e olha para os lados, os Deuses estavam com ele, diferente do Deus de Monçada.

Finalmente o Senhor da Guerra Tzimisce, Filho de Shaagra e neto de Triglav O De 3 Cabeças, se aproximou da porta e gentilmente utilizou de sua força para anunciar sua chegada formalmente. As portas eram grossas, mas isso jamais foi problema para o Tzimisce.

Ele estava um pouco ansioso, esteve bem próximo de chegar perto da Telyav, mas como sempre por pouco elas escapou de seus dedos. Será que ela o sentia se aproximando? Será que tudo aquilo que o Carvalho havia dito era mentira?
As duvidas aos poucos se aninhavam na cabeça do Tzimisce como um ninho de cobras, ele havia sido escolhido por sua senhora para ser o representante do clã na procura da aliança com os Telyav, mas até agora a frustração e a irritação era a única coisa que ele tinha encontrado.

Por alguns segundos o Tzimisce olhou o seu braço e notou sua carne se mover conforme a lembrança de sua falha até o momento o fazia a ter os efeitos colaterais de sua disciplina.

Mas a única vez que esteve na presença de seu Avô Triglav, o mesmo disse que devia ser orgulhar por isso, afinal ele mesmo disse que o Antigo tinha o mesmo domínio da carne.

A lembrança de seu Avô faz a frustração sumir como se sentisse medo do poderoso matusalém Tzimisce.*

*O Tzimisce adentra com passos pesados pelo mármore perfeitamente polido da igreja, o local realmente era bonitos, os cristãos sabiam decorar seus locais de fé. O Ar ali estava um pouco estagnado afinal era um local fechado e lugares fechados tendem a ter esse cheiro, mas o que mais lhe surpreendeu ali foi a figura do Cardeal.

Era a primeira vez que o Dragão se encontrava com a Sombra de Madri, ali o físico do Cardeal com certeza chamou sua atenção, mas ele sabia como proceder nesses tipos de surpreesa, seu rosto era marmore puro e não demonstrou nenhuma reação sobre o físico de Monçada e nem ao menos chegou a pensar sobre isso, em sua mente ele so conseguia pensar no poder que o Cardeal transparecia, o poder quase comparavel a seu Avô, ali em sua frente estava um dos predadores mais letais do planeta.

Com um misto de orgulho e satisfação, o General se aproximou de Monçada, o mesmo sabia que não compartilhavam da mesma religião ou do mesmo deus, mas mesmo assim, o respeito deveria ser mutuo. O Dragão assim se ajoelhou e beijou o anel de Monçada e com a cabeça ainda baixa ele disse:*

- Sua Eminencia Maledictus Sanguine, é um grande prazer estar diante de tamanha santidade. Perdoe-me por não avisar de minha chegada anteriormente, mas tenho certeza que Vossa Emiencia ja sabia que eu tinha chegado em sua cidade, mea culpa.

*O Dragão se manteria de cabeça baixa e ajoelha até que fosse dito para o mesmo se levantar, ele sabia se portar quando estivesse na presença de alguém de cargo maior.*

- Vossa Eminencia, vim conversar sobre a Telyav e o cigano. Tenho certeza que sabe de quem estou falando.

*O Dragão se mantinha prostrado em frete ao Cardeal, ouvia com atenção todas as informações dadas e até as não dadas. Com certeza o Cardeal sabia de muito mais coisa que demonstrava, mas isso ele já sabia, pois informação é poder no mundo cainita.

Então ele pensou mais uma vez sobre o que havia dito sobre o Ravnos, um sorriso lhe veio ao rosto, mesmo que sem querer, ele queria ver o poder de ilusão dos Ravnos passar por sua visão que os espiritos o concediam, isso seria interessante, mas não tinha intenção de transformar o Ravnos em inimigo afinal, eles todos estariam em um local perigoso, cercado de inimigos.

O Tzimisce então diz em voz baixa para o Cardeal.*

- Com grande honra eu recebo essa tarefa Vossa Eminencia, assim que encontrar os dois, descobrirei sobre o tal artefato e de uma vez por todas finalmente irei conhecer a Teyliav.

*Ele então pensa por algums milesimos de segundos mas ousa a perguntar, sua curiosidade sempre foi seu maior defeito.*

- Vossa Eminencia, perdoe a minha ousadia e minha falta de decoro, mas a Teyliav parece ser algo importante para vossa pessoa, já que não compartilhou de seus pensamentos sobre a mesma. Esse humilde Dragão está curioso sobre isso. De qualquer maneira perdoe a minha intromissão e curiosidade Vossa Santidade.

*O Tzimisce fechava os olhos com força, já esperando um castigo por sua ousadia.*

*O Tzimisce depois que Monçada se levanta e sai, ele prontamente se vira para ir embora, ele estava aliviado por não ter sofrido nenhuma retaliação. O caminho de volta parecia uma eternidade, todo o pensamento sobre o que foi tratado com o Cardeal borbulhava em sua mente, era hora de por o assunto em pratica.

Já nas ruas ele iria rumar para onde estava ficando e começa a fazer os preparatórios para a viagem a Londres.*