por Richard Soleil Sex Nov 27, 2020 8:52 pm
Há quanto tempo, não pisava num navio, Richard não sabia precisar. Mas, dessa vez, sentia um certo alívio, por deixar a questão da Harpia e seguir na guarda do artefato. Deixar Gennevieve com a incumbência, não lhe parecia correto. E, ele não podia negar que aquilo, tanto o espantava, como lhe causava certo fascínio...
A viagem foi longa e entediante, pois era melhor não revelar-se a muitos tripulantes, evitando indagações sobre sua ausência diurna.
Apresentado como uma segurança extra contratada por Louis, era fácil justificar suas rondas noturnas, para "garantir a segurança".
Richard, realmente, acabou por descobrir clandestinos, no compartimento de carga. Os quais, manteve amarrados e amordaçados, aproveitando para garantir seu suprimento de vitae na viagem, também, evitando ser visto.
As terríveis condições da viagem foram, deveras, incômodas. Parecia que o mar não os queria cruzando por ele... Por muitas vezes, Richard apostou que a embarcação tombaria e os condenaria às profundezas.
- Mon Dieu! O oceano tá tentando nos devorar! Se eu mereço esse castigo, que assim seja! Mas tenha misericórdia dos inocentes que possam compartilhar meu transporte, Senhor. - orava, Richard, abraçado às suas vítimas cativas, no compartimento de carga.
Quando, finalmente, a tempestade terminou sua fúria, Richard percebeu que seus companheiros de viagem estavam mortos. Ele os atirou ao mar com uma continência, em agradecimento pela companhia. Foi neste momento que a bela Gennevieve, com seu semblante delicado e angelical o encontrou, seguida por seu inseparável Louis.
- Bon soir, mademoiselle! Mon seigneur. Je suis très heureux por ter a honra de acompanhá-los e ajudar a conduzir nossa preciosa carga, ao destino correto. - disse, tomando a mão da bela jovem fazendo-lhe reverência e acenando com a cabeça em cumprimento a Louis (a quem considerava menos que sua adaga na cintura), enquanto se virava para admirar, junto ao casal, o trabalhos emergenciais dos marujos.
"Onde foi parar aquela 'capitã', que nos conduziu até a reunião com o Príncipe Villon? Este anjo ao meu lado, volta a assemelhar-se com a doce Annabelle... Será que fui enebriabo pelo vitae dos clandestinos?" - pensou o confuso Malkavian, tentando decidir se a Rosa era uma benção ou uma maldição...